segunda-feira, 5 de março de 2012

VENTRÍLOQUOS PIMBA



Confesso que começa a ser difícil arranjar tema para nós conversarmos sobre as coisas deste Portugal. Dizes tu que está tudo tão difícil, nós constatamos que é verdade, querem-nos fazer crer que não há remédio e como dizia a minha avó quem não tem remédio, remediado está”, e vamos por aí fora sem que haja muita gente que queira fazer o que ainda não foi feito.

Repara só nesta coisa fantástica de termos gente, na presidência e no governo, que não são mais do que bonecos de ventríloquos pimbas, e que se acomodaram ao que se está a passar na Europa, no país, na nossa urbe. Um presidente que foge de adolescentes de uma qualquer escola da capital não tem a moralidade de dizer aos portugueses o que devem fazer. Ou então lá no seu palácio o hino já não possui a estrofe guerreira e um pouco salazarenta de
contra os canhões, marchar, marchar”!

Parece que tudo parou no tempo, que a desorientação é quase fatal, não nos conseguimos livrar desta camisa de sete forças, apesar de alguma resistência que se vai fazendo nas ruas de uns tantos resistentes a um statuos quo que mete nervos, manifs essas que só dignificam quem as promove pela luta, pela não sintonia com os grandes monopólios, mas também pela organização e não-violência que se tem verificado.

Estamos nós nesta catarse quando nos chega às mãos uma notícia que só dignifica quem tomou tal atitude e tal posição na Europa envelhecida, o presidente da Grécia.

Um senhor chamado Karolos Papoulias, que é Presidente da Grécia, abdicou de salário de 300 mil euros anuais em solidariedade com o seu povo e hoje meteu na ordem o ministro das Finanças alemão. Disse ele:
"Não aceito insultos ao meu país feitos pelo senhor Schäuble. Não aceito isso como grego. Quem é o senhor Schäuble para ridicularizar a Grécia? Quem são os holandeses? Quem são os finlandeses? Teremos sempre orgulho em defender não apenas a nossa liberdade, não apenas a liberdade do nosso país, mas a liberdade de toda a Europa", afirmou em declarações citadas pela Bloomberg.

Infelizmente não temos cá quem fale assim... Antes pelo contrário punimos jornalistas que denunciam a promiscuidade, quase prostituição, que vai entre os ministros das finanças português e esse tal Schäuble, entre o governo português e a comunidade europeia. Esquecemo-nos, muitas vezes, que foi a Grécia, em grande medida, e todos os outros países europeus que contribuíram, e muito, para a reconstrução de uma Alemanha devastada pela guerra que ela própria fomentou, espalhando a morte, fome, destruição, racismo, perseguição, intolerância. Já nos tempos mais recentes foi a persistência dos europeus que, também, contribuíram para a liberdade europeia ajudando, solidariamente, os alemães a derrubarem o muro da vergonha.

Pior que aquele que é cego é aquele que não quer ver. Os partidos do arco do poder limitam-se a servir de lastro às congeminações da senhora Merkell e do Sarkozy, dos que rezam e só sexam para procriar, os que acham que tudo é fruto da “diarreia mental do século XIX”, como dizia o santacombista à mão armada, que conluiado com essa malta toda governou em ditadura este País quase meio século.

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