segunda-feira, 15 de novembro de 2010

E AGORA JOSÉ ERNESTO?

Também fomos convidados para estar presentes no salão Nobre da Câmara Municipal da Lousã para a homenagem e cessação de mandato de um amigo, Ernesto Carvalhinho. É verdade, desta vez não se esqueceram de nós os dois. E se a festa foi bonita! Discursos pouco formais, gente descontraída, políticos a falar até mal do poder instituído, provedor emocionado, público agradecido, justa homenagem a quem dedicou estes últimos oito anos a tornar o nosso Burgo num destino acessível. Até deu tempo para o responsável camarário corrigir um lapso do seu discurso tentando colocar todos os países da América latina no mesmo saco do poder "eterno" como se na nossa Europa e neste cantinho à beira mar plantado também não houvesse quem fica eternamente no "poleiro" dos poderes.
Já tínhamos a certeza que o amigão Carvalhinho não é subserviente, é humilde, cria compromissos e não brinca em serviço. Por isso nós os dois sabemos que a Lousã tem uma efectiva melhoria da qualidade de vida para as pessoas com incapacidade, uma sociedade mais aberta à inclusão, mudaram-se mentalidades e sobretudo criou-se uma vila mais acessível e equitativa para quem nela vive ou para quem a visita. Mas eles não sabem nem sonham que este "Senhor dos Anéis" é persistente além de crédulo e que apesar de deixar o cargo onde deixou uma obra importante que é preciso preservar, irá estar atento a quem terá de continuar este trabalho pois o Carvalhinho tem a "Arte da Guerra" de ser interventivo.
Todos temos a consciência de que esta é uma tarefa para muitos anos e que nunca será um trabalho concluído. O próximo Provedor não poderá ficar descansado pelo trabalho já realizado. Terá que escutar as recomendações do grupo técnico e dos cidadãos pois trata-se de uma tarefa complexa e que tem que congregar esforços e boas vontades. Apesar de tudo falta fazer o que ainda não foi feito começando por uma clara definição das prioridades e atacando os problemas mais pontuais. E nós sabemos que temos que melhorar a acessibilidade dos passeios nas áreas circundantes às Escolas, que as novas intervenções a realizar sigam, sem excepção, as normas técnicas e as boas práticas em matéria de acessibilidades, criar pavimentos sem ressaltos e mais rampas, apostar em intervenções para cegos e surdos utilizando sinais sonoros e luminosos a iniciar nos serviços públicos e melhorar o atendimento a pessoas com incapacidades.
Mas há mais. Melhorar a informação, disponibilizar ajudas técnicas e organização de acções de sensibilização para o atendimento são aspectos que parecendo pontuais são de extrema importância para mudar mentalidades. Insistir junto da comunicação social para servir de veículo aos conceitos básicos de acessibilidade e mobilidade é uma medida de ajuda importante como o são a organização de acções de sensibilização e de divulgação, passar mensagens aos munícipes através dos meios que o poder autárquico possui, envolver mais as escolas. Propor mais educação será sempre uma proposta muito positiva. O sector privado terá que estar mais sensibilizado para reformular espaços e equipamentos, colocar o turismo acessível ao serviço das pessoas, criar transportes de passageiros com acessibilidades para cadeira de rodas, transformar urgentemente a acessibilização das plataformas de acesso aos transportes públicos, criar serviço de táxis acessíveis, melhorar as oportunidades de emprego para pessoas com incapacidades e surgir com novos serviços direccionados a pessoas com incapacidades. Estes são passos importantes para aumentar a satisfação das pessoas com mobilidade condicionada.
E o poder político? Terá que ser mais incentivado e coadjuvado na execução de projectos exigentes e interventivos no pressuposto que a acessibilidade e a mobilidade sejam assumidas como um conceito básico de desenvolvimento da Lousã. Tem que se continuar a dar voz às pessoas com incapacidade, a sensibilizar os lousanenses com responsabilidades para as especificidades dos problemas, continuar a denunciar os problemas detectados no concelho, acompanhar os principais actos dos sectores camarários e sociais, participar de forma cada vez mais atenta no estudo, planeamento e execução das obras de iniciativa municipal e privada, a identificar e reencaminhar os problemas detectados para os serviços ou departamentos competentes e a promover a ligação entre as diversas entidades com responsabilidade na área da deficiência.
O futuro Provedor terá que continuar a marcar a agenda local, fazendo ouvir bem alto a voz dos cidadãos com incapacidade, para que governantes como Idália Moniz continuem a pensar e a constatar que a Lousã é um concelho especial. O próximo Provedor e a Provedoria terão que continuar a ter uma capacidade empreendedora, uma irreverência comprometida com os valores da acessibilidade e mobilidade para todos e também uma capacidade de iniciativa. Nós os dois estaremos atentos e subiremos a longa escada em que se torna difícil ultrapassar todos os degraus mas tendo a certeza que para contornarmos todos estes obstáculos só o esforço conjunto de mobilização de vontades é que nos leva ao cima desta enorme dificuldade. Estamos juntos José Ernesto.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

11.11.1975

Hoje a minha eterna namorada faz 35 anos. Que sejas muito feliz minha querida ANGOLA. Muito obrigado camarada Neto, muito obrigado ao MPLA, assim diz a canção e eu canto ao mundo que os heróis quebraram as algemas na manhã de 4 de Fevereiro para hoje seres uma dama bué de gira.