segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A CANTIGA É UMA ARMA



O agora anunciado “Livro Verde” (negro, e não verde se ao conteúdo se
fizesse corresponder a cor) para a reforma administrativa do poder
local constitui um verdadeiro programa de subversão do poder local
democrático, uma nova e mais despudorada tentativa de concretização da
velha ambição dos partidos da política de direita de ajustar contas
com uma das mais importantes conquistas de Abril
.
Entras tu de rompante neste nosso repasto feito de navalheiras e
moelas e nem deixas que te convidemos a tentar ser menos verrinoso,
menos agreste. Sabemos que a tua veia transmontana por vezes te leva,
ainda, a comer fascistas ao pequeno almoço, mas que diabo, atenta lá
aos sacrifícios que o zé tem que passar pois isto é uma maldição pan.
Mas eu e tu já não sabíamos que há muito teríamos de fazer o que ainda
não foi feito? Ou continuas com dúvidas? Claro que acabar com a
autonomia das autarquias e submetê-las a uma dependência e
subordinação como existia no tempo da outra senhora sempre foi um
desígnio dos governos de direita incluindo o partido Socialista.
As propostas da troika colocadas em pé de igualdade com algumas das
propostas deste governo são um doce em pão de água. Quem quer
continuar com um poder local participado, plural, colegial e
democrático com autonomia administrativa e financeira? Não acreditas
que sejam aqueles que sob um manto de falsidades e de formulações
generalizantes pretendem a eliminação da eleição direta das Câmaras e
a imposição de um regime de executivos homogéneos construídos sobre
poderes absolutos e com falta de controlo democrático ao exemplo de
Jardins, Isaltinos, Machados, Felgueiras, Ferreira Torres e outros.
E o povo pá? O povo está cá para provar que a cantiga ainda é uma
arma, pá, e que deve e pode refletir os anseios do proletariado
nacional, nestas alturas de grande crise, pá
! Temos que erguer a nossa
voz e manifestarmos a nossa oposição aos projectos de liquidação do
poder local democrático, de mutilação de princípios constitucionais e
de empobrecimento da vida e do regime democrático. porque já vimos que
este Coelho quer ser mais papista que o papa e agora até propõe, muito
mais que a troika, que quem não trabalhou 18 anos só tem direito a 12
meses de salário. Chiça que isto tá mal e se não intervirmos
activamente para resistir e derrotar estes projectos, reafirmando que,
também pelo que agora se conhece, a rejeição do programa de agressão e
submissão constitui um imperativo nacional, na luta por um Portugal
com futuro.

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